“Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:
a) Que o esplendor da manhã não se abre com faca;
b) O modo como as violetas preparam o dia para morrer;
c) Por que é que as borboletas de tarjas vermelhas têm devoção por túmulos;
d) Se o homem que toca de tarde sua existência num fagote tem salvação;
e) Que um rio que flui entre 2 jacintos carrega mais ternura que um rio que flui entre 2 lagartos;
f) Como pegar na voz de um peixe;
g) Qual o lado da noite que umedece primeiro. Etc. Etc. Etc.”
Poeta: Manoel de Barros - MT
Fotógrafo: Paulo Santos - PA