28 agosto, 2010

Pode haver um dia, em que a poesia
mude de endereço,deixe apenas tédio
mas enquanto isso,vem brincar comigo
vamos até onde,possa ser só riso
possa ir tão longe,possa ser tão lindo,
pode ser brinquedo,pode ser tão sério
(Alice Ruiz)

PALMAS-TO - 28 agosto - 39 graus - 11% umidade relativa

Poderia ficar horas falando MAL das queimadas, da imprudência do outro que por descuido, uma ponta de cigarro, incendeia toda uma quadra de grama seca.
Mas quero falar de uma Palmas que ainda rescende à segurança, onde o trânsito flui com rapidez, onde o tocantinense recebe cordialmente os estrangeiros. Quero falar de um lago lindo, propositadamente criado para abastecer a cidade e principalmente - aumentar a umidade relativa do ar e as opções de lazer.
Eu ainda me sinto aqui, como uma vez em Angra dos Reis,em uma excursão estudantil e pobre, preso à terra, numa terra sem praia e nós sem barco.
 Ainda terei meu barco à beira deste lago... por enquanto nos ajeitamos nos dos poucos amigos conquistados aqui, no catamarã do primo "... navegar é preciso, viver não é preciso..."

E por falar em música - tô aqui com o rádio do celular nos ouvidos - "assistindo":  ESSA É PRA TOCAR NO RÁDIO, de meu virtual amigo Marcelo Josio, que além de belas MPB's em vozes femininas, hoje clama por mais cultura, por espaços pra se oferecer manifestações diversas de nossa cultura, aos de menor poder aquisitivo - bravo!!!

São vozes aqui, outra ali. Gota a gota, mobilizando opiniões, conseguindo adeptos e clamando atér ser ouvido, que acabam por gerar resultados. Olha a eleição aí gente... ouçam e escolham com cuidado em quem vão votar.

CULTURA JÁ!!! onde há educação há progresso, e a ordem é consequência.

Deixo um poema de Lya Luft, que me foi recordado hoje por José, o Ronaldinho de Óbidos, que em estando lá, vive como se fosse em Macondo, do grande Gabo.

Canção na Plenitude (L.Luft)

Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)
O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força -- que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés -- mesmo se fogem -- retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
      mas sonho interminável das sereias .      
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